O QUE É DIREITA E ESQUERDA?
DIREITA POLÍTICA
Direita é o termo geralmente utilizado para designar indivíduos e grupos relacionados a partidos políticos ou ideais considerados conservadores (em relação aos costumes) ou liberais (em relação à Economia), por oposição à Esquerda.
Deve a sua designação ao fato de, nos Estados Gerais franceses reunidos em 1789 (ver Revolução Francesa), os Monarquistas, que apoiavam o Antigo Regime, tomarem o lugar à direita do rei. Com o tempo, o sentido de direita e esquerda foi se relativizando para tornar-se mais apropriado às ideologias comparadas, e ao ponto de vista de quem usa.
Os Girondinos, por exemplo, por serem também revolucionários, estavam à esquerda do regime social e econômico estabelecido por ocasião da revolução, mas com a derrubada do regime, passaram a ser “a direita”, por oposição aos jacobinos, revolucionários mais radicais.
O termo geralmente se refere ao Conservadorismo, e ao Liberalismo em sua faceta econômica, de livre mercado (que abrange desde o Liberalismo clássico ao Libertarianismo). Muitos libertarianos e liberais, porém recusam o enquadramento A partir do século XX, o termo extrema-direita também passou a ser utilizado para o fascismo, bem como para grupos ultranacionalistas.
A Direita e os Costumes
Os direitistas podem ser divididos em cinco tipos básicos: libertarianos, liberais- clássicos, democratas- cristãos, conservadores e nacionalistas.
Os dois primeiros grupos são liberais em relação à Economia e nos costumes, defendendo algumas bandeiras comuns às da maioria dos integrantes da esquerda, como a legalização da união homossexual, das drogas e da prostituição, entre outras. Os democratas- cristãos e conservadores costumam ser liberais em relação à Economia, mas conservadores nos costumes. Os nacionalistas tendem a serem conservadores em ambos os pontos.
Assuntos da Direita
No século XX, excetuando os Estados Unidos, onde o capitalismo geralmente foi apoiado pela maioria dos políticos e intelectuais, a mais visível distinção entre esquerda e direita aconteceu na política econômica. A direita defendia o Capitalismo, enquanto a esquerda defendia o Socialismo, o Comunismo, ou pelo o menos a Social-democracia.
A partir do colapso do bloco soviético, alguns dos políticos de esquerda passaram aceitar o capitalismo até certo grau, mas de uma forma na qual o governo outorga uma significante distribuição de renda, o que é ainda rechaçado por políticos de esquerda.
O pensamento dominante da direita moderna é a preocupação com os valores tradicionais, a defesa da lei e da ordem, a preservação dos direitos individuais e a restrição do poder do Estado. Esta última prioridade está associada ao liberalismo, mas uma parte da direita rejeita as mais radicais afirmações dessa ideologia. Além disso, uma pequena parcela dos liberais não se consideram de direita.
Uma outra tendência da direita, geralmente associada com a direita originária dos tempos monárquicos, apóia a manutenção do poder e riqueza nas mãos que tradicionalmente os tiveram, num sistema com estabilidade social e ambição e solidariedade nacionais.
Ambas essas tendências do pensamento de direita aparecem de várias formas, e indivíduos que dão apoio a alguns dos objetivos de uma delas, não necessariamente apoiarão todos os outros. Na política prática, há inúmeras variações na maneira que a direita se organiza para conseguir seus objetivos básicos, e algumas vezes há tantas querelas entre a direita quanto entre essa e a esquerda.
Esquerda Política
“Esquerda”, no espectro político, opõe-se à “direita”. O nome esquerda surgiu com este significado na França devido ao fato de, nos Estados Gerais franceses reunidos em 1789, o Terceiro Estado (que clamava por reformas liberais, quando não mesmo revolucionárias), tomar os lugares à esquerda do rei, em virtude de os da sua direita já se acharem ocupados pelos representantes do clero e da nobreza.
Na definição de Norberto Bobbio, ser de esquerda é lutar pela igualdade. Neste ponto, opõe-se à “direita”, comumente defensora da idéia de que em qualquer sociedade há a tendência natural a surgirem elites políticas, econômicas e/ou sociais.
A palavra “esquerda” tem sido usada por várias correntes de pensamento, algumas sem muito em comum entre si, desde o Liberalismo social (diferente do Liberalismo econômico, hoje em dia considerado de direita) ao Anarquismo, passando pela Social-democracia e pelo Marxismo-Leninismo. O termo extremo- esquerda passou a ser usado para definir partidos e pessoas com ideologias próximas às idéias e ações de correntes como o Stalinismo, Trotskismo e o Comunismo de conselhos.
O conceito de “esquerda” não deve ser confundido com o de “esquerdismo”: esta é uma palavra usada no jargão marxista para designar as correntes que recusam a participação no sistema vigente (nomeadamente que se recusa a participar no que chamam “eleições burguesas”) - quase nenhum dos partidos de “esquerda” atualmente existentes é “esquerdista” nesse sentido.
A Esquerda e os Costumes
Integrantes da esquerda costumam ser liberais nos costumes, alinhando-se a alguns grupos de direita, como os libertários, por exemplo. Ambos, liberais de esquerda e de direita, defendem a regulamentação da união civil homossexual, a legalização das drogas e da prostituição, etc.
Há, porém, uma minoria dos esquerdistas que embora defendam uma ideologia de esquerda em relação à Economia (intervenção estatal direta no combate à pobreza), são conservadores nos costumes. No Brasil, como exemplos de esquerditas conservadores, têm a ex-senadora Heloísa Helena, a ex-governadora Benedita da Silva e outros ligados a movimentos religiosos.
Partidos e Agremiações Políticas de Esquerda ou Centro-Esquerda
PC do B
PDT
PSB
PSOL
PT
Tendo em vista o Governo Lula ter realizado alianças com diversos partidos conservadores para garantir sua governabilidade - entre eles, o PMDB, o PR (extinto PL), etc. -, seus críticos mais à esquerda têm sustentado que se trata de um governo de direita ou centro-direita.
No entanto, seu governo tem sido marcado por ações sociais diretas chamadas de
“assistencialistas” pelos defensores do Estado mínimo, ou de um modelo que privilegie a intervenção na Economia, como o governo de Juscelino Kubitschek.
São comumente classificados como extrema-esquerda os partidos de orientação socialista, como o P-SOL, o PSTU, o PCO e o PCB. O PT é criticado por setores radicais por sua postura enquanto governo, mas programaticamente se define como marxista e pratica o socialismo petista. Já o PRB é visto como centro-esquerda.
Estados Unidos da América
O Partido Democrata, embora não possa se classificar exatamente como um partido de esquerda está à esquerda do Partido Republicano, por ter um caráter mais popular e defender os direitos civis das minorias e ações de combate ao aquecimento global.
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