Social-democracia
Cartaz socialdemocrata alemão de 1932 prega o voto contra monarquistas, nazistas e comunistas. A social-democracia (ou socialdemocracia) é uma ideologia que surgiu no fim do século XIX e início do século XX por partidários do marxismo que acreditavam que a transição para uma sociedade socialista poderia ocorrer sem uma revoluções, mas por meio de uma evolução democrática. A ideologia socialdemocrata prega uma gradual reforma legislativa do sistema capitalista a fim de torná-lo mais igualitário, geralmente tendo em meta uma sociedade socialista.
A socialdemocracia tem suas raízes na idéia de Karl Marx que seria possível, em certos países, estabelecer o comunismo ou socialismo por uma revolução pacífica e democrática. Essa idéia também foi avançada por Friedrich Engels e principalmente por Karl Kautsky.
A Internacional Socialista definiu a socialdemocracia como forma ideal de democracia representativa, que pode solucionar os problemas encontrados numa democracia liberal, enfatizando os seguintes princípios para construir um estado de bem estar social: primeiro, a liberdade inclui não somente as liberdades individuais, entendendo-se por “liberdade” também o direito a não ser discriminado e de não ser submisso aos proprietários dos meios de produção e detentores de poder político abusivo.
Segundo, deve haver igualdade e justiça social, não somente perante a lei mas também em termos econômicos e sócio-culturais, o que permite oportunidades iguais para todos, incluindo aqueles que têm desigualdades físicas, sociais ou mentais. Finalmente, é fundamental que haja solidariedade e que seja desenvolvido um senso de compaixão para vítimas da injustiça e desigualdade.
Revisionismo
Revisionismo é o nome dado a uma corrente que surge dentro do marxismo e realiza a revisão de algumas de suas teses, principalmente o abandono da idéia de que uma revolução seria necessária para a implantação do comunismo. Ele também é chamado de reformismo ou socialdemocracia. Eduard Bernstein e Karl Kautsky seriam os dois principais representantes do revisionismo, pois ambos previam uma evolução do capitalismo que, gradualmente e através de reformas sociais, iria implantar o socialismo.
O revisionismo também buscava alterar alguns pontos teóricos básicos do marxismo, principalmente devido a influência do darwinismo, com seu evolucionismo, e do filósofo Kant.
Críticas
O filósofo e pensador Walter Benjamin considerou a social-democracia duplamente culpada pela ascensão do nazismo na Alemanha, pois ela menosprezou o movimento fascista emergente na Europa, definindo-o como um simples espasmo do capitalismo já declinante. Outro “erro” da Social-Democracia, para Benjamin, foi criticar o comunismo como um movimento que precipita as revoluções, criando atritos e desarticulando os dois partidos de esquerda que unidos, poderiam fazer frente ao avanço nazista na Alemanha.
No Brasil, apenas um partido político, o Partido Democrático Trabalhista (PDT), integra a Internacional Socialista, órgão que reúne partidos identificados como representantes da ideologia social-democrata em todo o mundo. O fundador do PDT, Leonel Brizola, fundou o partido após ter perdido o direito da sigla do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) - partido de Getúlio Vargas extinto após o golpe de 1964 - para Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio. O PTB também se declara representante da social-democracia.
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é o único partido do país a trazer a nomenclatura social-democracia em sua legenda, mas sua posição ideológica é, entretanto, duramente criticada por acadêmicos, que rejeitam a tese de considerar o partido como representante da ideologia. Há quem diga que o partido precisou renunciar à sua proposta ideológica inicial para chegar ao poder.
O Partido dos Trabalhadores (PT), apesar de ter sido criado com ideais claramente inspirados no socialismo trotskista, passou a ser considerado um representante da social-democracia por muitos acadêmicos após a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República em 2003.
Os quatro partidos citados estão entre os seis maiores do país, com mais de um milhão de filiados cada. Há também outros partidos menores que se auto-declaram representantes da social-democracia, como o Partido Popular Socialista (PPS) e o Partido Social Democrata Cristão (PSDC).
Referências
Roma, Celso (2002). A institucionalização do PSDB entre 1988 e 1999. Revista Brasileira de Ciências Sociais. ISSN 01026909. Visitado em 23 de julho de 2008.
Almeida, Paulo Roberto de (10 de outubro de 2003). “A Longa Marcha do PT para a social-democracia”. Visitado em 23 de julho de 2008.
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